quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Tom Peters: Porque as Mulheres comandam:


10 UNASSAILABLE REASONS WOMEN RULE

Women make [all] the financial decisions. Women control [all] the wealth.
Women [substantially] outlive men.
Women start most of the new businesses.
Women’s work force participation rates have soared worldwide.
Women are closing in on “same pay for same job.”
Women are penetrating senior ranks rapidly [even if the pace is slow for the corner office per se].
Women’s leadership strengths are exceptionally well aligned with new organizational effectiveness imperatives.
Women are better salespersons than men.
Women buy [almost] everything—commercial as well as consumer goods.

So what exactly is the point of men?

Tom Peters - Guru de negócios e estratégia

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Olhar...



No olhar, céu lívido onde aflora a ventania.
a doçura que envolve e o prazer que assassina

Baudelaire, As Flores do Mal

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Servir

De um conhecido consultor de empresas:

Excelência que vem do servir genuíno
Respeitoso, honesto, autêntico
Que faz o melhor de si emergir

Excelência por alta sensibilidade
Que nos faz perceber
Até o desejo não-expresso
Ouvir o não-dito
Ler nas entrelinhas,
Enxergar o invisível

Excelência que só um servir
De espírito para espírito
É capaz de realizar

(http://www.amana-key.com.br/)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Uma experiência desconhecida



A maior dificuldade em começar esse post é descobrir como escrever a próxima frase sem parecer pedante. Mas vamos lá, quem me vê logo me classifica como alguém de um bom nível. Do tipo que entra nas lojas e as vendedoras fazem questão de tratar bem, pois percebem que pode rolar uma boa compra.

Enfim, uma bela tarde, não faz muito tempo, uma amiga Domme aqui do Rio me ligou. Tinha uma tarefa para mim. Ela tinha encomendado um sapato de salto agulha numa boutique em Ipanema, que tinha chegado. Ela havia dito na loja que mandaria um empregado pegar. E o “empregado” era eu.

Nome da gerente anotado, parto eu para a loja. Entro, pergunto pelo nome e ela se identifica. “Vim pegar o sapato da Dona XX”, disse, ao que ela me manda esperar.

Volta com a caixa, arruma o embrulho sem me olhar, e me entrega, com um seco “pronto”. Nada de frescuras, nada de levar até a porta, nada de oferecer balinha, nenhum dos agrados habitualmente dispensados aos clientes. Eu era apenas um empregado da Dona XX.

Foi perturbador, nunca poderia imaginar isso. As gentis vendedoras do comércio mais elegante da cidade me mostraram sua arrogância e desprezo. E eu senti na pele minha condição de submisso, mesmo estando longe da Dominadora que havia me posto naquela situação.

E essa foi a parte gostosa. Mesmo de longe, estava sendo dominado, e de certa forma tendo minha condição de servo inferior reforçada. Pior, saberia que não A veria, pois minhas ordens eram para deixar a sacola, na portaria do Seu prédio.

Foi uma experiência nova, estranha mas interessante. Acho que qualquer dia desses vou comprar um uniforme de motorista.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cadeia alimentar

Já fui corno. Foi duro, admito. Não estava preparado para isso. Mas o pior foi a constatação que a experiência que vivia me dava tesão. Fiquei perplexo, assustado. Acabou que em alguns meses a situação levou ao fim do relacionamento, não por causa do fato, mas por causa da mentira.

Foi um aprendizado difícil, mas a lição ficou. Mentiras, quebra de confiança, destroem um relacionamento. Não a “pulada de cerca” dela.

Transportando a situação para um relacionamento D/s, acho natural o fato da Dominadora ter necessidades que estão além da capacidade do escravo satisfazer. É da natureza desigual da relação. Os desejos de um verdadeiro escravo são simples e diretos: satisfazer sua Dona, servir e manter-Ela feliz. Já os desejos de uma Dominadora são infinitamente mais sutis e complexos. Podem envolver a necessidade de um eventual parceiro com mais “atitude” que um sub dócil. Eventualmente, Ela pode usar isso como instrumento de dominação e humilhação do escravo.

Acredito que no fundo todo submisso goste disso. Saber que sua mulher é quente, desejada por outros, liberada e segura de si a ponto de viver a experiência, ao menos para mim é uma deliciosa mistura de Dominação e humilhação, trazendo no bojo o orgulho de pertencer a uma Mulher tão especial.

No limite a Domme, tão rigorosa e dura com o escravo, pode se entregar como switcher a um Dominador. Por paradoxal que isso possa parecer, não vejo em nada Seu poder e Sua superioridade sobre o escravo diminuírem por causa disso. O escravo sempre A verá como superior, e esses momentos de entrega são meros caprichos de uma Alma livre.






segunda-feira, 20 de julho de 2009

O irresistível equilíbrio


O ano era 1997, a cidade, New York. Estava eu passando uma fria e ensolarada semana de maio, provando a irresistível sensação de completa liberdade. Caminhava num fim de tarde pelas ruas varridas pelo vento frio de uma primavera que mal tinha começado, o coração acelerado, a alma leve. Estava voltado de uma das sessões mais incríveis de dominação que já fui.

Tinha escolhido com quem faria a sessão ainda no Brasil. Seu nome era Diana Balance, uma ruiva com uma enorme cabeleira, um rosto enigmático, olhos de um azul tão claro que beiravam o cinza. Nas costas, uma enorme tatuagem de um ganso. “Geese are mean” explicou com sua voz doce e tranqüila.

Pedi uma sessão com canes, ela me olhou desconfiada – você agüenta? Diante da minha insegurança ela sentenciou, ok, mas serão apenas sete golpes. Moleza pensei.

Ela escolheu uma cane de fibra. Amarrrado num cavalo, senti o primeiro golpe. Nunca tinha sentido algo tão intenso, uma dor tão forte. Percebi que não estava no controle da situação, que estava nas mãos daquela mulher tranqüila e estranha. De repente sete pareceu ser um número enorme. Segurei firme, não poderia desistir, e fui até o final da minha privação.

O resto da sessão transcorreu como num transe. Descobri que o Balance em seu nome vinha de sua especialidade: O equilíbrio entre dor e carinho. É uma combinação poderosa, que destrói as resistências mais fortes.

Ao final da sessão conversamos um bocado, eu era seu primeiro cliente brasileiro. Me explicou como as marcas ficariam, como mudariam de cor. Ao longo daquela semana eu acompahnei no espelho do hotel essa evolução, até que, poucos dias depois, eu voltei lá para mais.

You’re back”, foi como ela me recebeu, divertida. Sim, voltei e queria ir mais fundo. Estava capturado por uma Mestra na arte de combinar dor e carinho.

Por que os homens amam as mulheres poderosas?



Esse é o interessante título de um livro escrito por Sherry Argov e recentemente publicado pela Editora Sextante.

Evidentemente a capa chamou minha atenção quando vi o anúncio publicado no caderno de literatura de algum dos jornais que assino. Assim que pude passei na Livraria da Travessa e comprei.

Bem, confesso que fiquei decepcionado, se bem que já deveria esperar. O livro na verdade é apenas um manual de auto-ajuda para mulheres inseguras. Claro, tem algumas sacadas interessantes, mas no todo é fraco.

Uma das boas tiradas: "O poder simbólico é para demonstração pública, mas o verdadeiro poder se exerce no âmbito particular. E esse é o único que importa."

Mas no geral me senti folheando uma daquelas revistas para adolescentes com conselhos para meninas que ficam deitadas do lado do telefone esperando o pretendente ligar.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O Amor Cortês

Pintura vitoriana de 1900, mostrando a dama e ocavaleiro, antes do torneio

Continuando nossa viagem sobre os fundamentos da submissão, não poderia deixar de passar pelo amor cortês.

O amor cortês é um conceito da idade média baseado na expressão do amor e admiração com nobreza e cavalheirismo. Acredita-se que o amor cortês tenha se originado na França no século 12, na corte de Eleonor de Aquitânia. O conceito espalhou-se rapidamente por toda a Europa, sendo praticado até o século XVI.

Naquela época os casamentos entre os nobres eram arranjados, sem nenhum vínculo com o amor. Um bom casamento era aquele que traria benefícios aos participantes e suas famílias. Uma vez que casamento e amor eram dissociados, a necessidade por romance poderia ser satisfeita fora do casamento, observando-se as regras de castidade e fidelidade.

O romance, as regras e a arte do amor cortês permitiam aos cavaleiros e damas demonstrarem sua afeição mesmo diante de sua condição de casados. Assim, era comum uma Dama casada dar ao cavaleiro de sua escolha um presente, um lenço perfumado por exemplo, para que ele usasse durante um torneio medieval.

Um dos exemplos mais famosos é o da Rainha Guinnevere, esposa do Rei Artur, e seu cavaleiro, Sir Lancelot.

O primeiro estudioso do assunto foi o historiador francês Gastón Paris, que escreveu a respeito no ano de 1883. Segundo ele, o amor cortês (amour courtois) era uma disciplina nobre e idealizadora. O amante aceita a independência de sua senhora e tenta tornar-se merecedor dela, agindo de forma corajosa e honrada, e fazendo qualquer coisa que ela pudesse desejar. A satisfação sexual poderia não ser o objetivo ou o resultado final, mas não era um amor puramente platônico, pois havia um forte ingrediente de atração física.

A expressão e a definição de Paris foram logo amplamente aceitas e adotadas. Em 1936 C.S. Lewis escreveu o importante livro The Allegory of Love, um influente trabalho acadêmico de pesquisa da literatura medieval, onde solidifica ainda mais o amor cortês como "amor de um tipo altamente especializado, cujas características podem ser enumeradas como Humildade, Cortesia, Adultério e a Religião do Amor.”

No final do século XII Andreas Capellanos escreveu “A arte do Amor Cortês”, onde enumerou 31 regras do amor cortês. Destacando algumas mais diretamente relacionadas com o assunto deste blog:

- Um homem apaixonado está sempre apreensivo
- Ciúmes verdadeiros sempre aumentam o sentimento de amor
- Ciúmes, e portanto o amor, crescem quando se suspeita da amada
- Todo ação de um amante termina com o pensamento em sua amada
- Um verdadeiro amante só considera bom aquilo que ele acredita que irá agradar sua amada
- Um verdadeiro amante é constantemente e continuamente possuído pelo pensamento em sua amada

Apesar de tão distante nos tempos, o conceito de Amor Cortês permanece vivo na alma dos amantes mais refinados. Como disse nosso grande poeta Vinicius de Moraes,

“Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for.”

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Madame Chauchat



Ainda bebendo na fonte dos grandes escritores, dentre os meus prediletos está o alemão Thomas Mann. Sua obra prima, A Montanha Mágica é um volume denso e extenso, de uma beleza inigualável, reservada aos que se aventuram em suas páginas.

A cena que transcrevo abaixo foi uma das que mais me marcaram em todo o livro. O protagonista, Hans Castorp, está enfeitiçado pela beleza da exótica russa Clavdia Chauchat. A delicadeza com que o autor descreve a adoração platônica de Castorp por ela é notável, e essa passagem é um exemplo.

Afinal, o que é a verdadeira submissão senão cuidar do bem estar de quem se adora a cada instante, nos menores detalhes, mesmo que passem despercebidos por ela? Encontrei essa foto da capa do DVD alemão. Acho a atitude de ambos perfeita. Bem, vamos ao texto.

...


Outra vez, durante o jantar, os raios de um esplêndido pôr-do-sol caem sobre a mesa dos "russos distintos". Haviam corrido as cortinas das portas do avarandado e das janelas, mas em alguma parte sobrou uma fresta, através da qual um clarão vermelho, deslumbrante, apesar de frio, abre caminho e fere justamente a cabeça de Mme Chauchat de maneira que, na conversa com o compatriota de peito sumido à sua direita, ela tem de resguardar os olhos com a mão. É um incômodo, mas tão pouco grave que ninguém se preocupa. A própria interessada nem sequer parece reparar na pequena contrariedade. Mas Hans Castorp descobre-a através de toda a sala. Observa-a durante alguns instantes, examinando a situação, acompanhando o caminho dos raios, e fixando o ponto de onde incidem. É da janela ogival, lá atrás, à direita, no canto entre uma das portas do avarandado e a mesa dos "russos ordinários", muito distante do lugar de Mme Chauchat e quase igualmente afastado do de Hans Castorp. E ele toma as suas decisões. Sem proferir nenhuma palavra, levanta-se, passa, com o guardanapo na mão, diagonalmente, por entre as mesas, atravessa a sala, une cuidadosamente as cortinas creme, certifica-se, com um olhar por cima do ombro, de que o clarão vesperal já não pode mais entrar e que Mme Chauchat está livre daquele inconveniente e, esforçando-se por parecer indiferente, volta à sua mesa. Um jovem atencioso que faz o necessário, já que mais ninguém se lembra de fazê-lo. Muito poucos notaram a sua intervenção; Mme Chauchat, porém, sentiu-se imediatamente aliviada e virou-se em direção a ele, conservando essa posição até que Hans Castorp alcançou o seu lugar e, sentando-se, olhou para ela, que, com um sorriso entre amável e surpreendido, agradeceu, avançando um pouco a cabeça, sem propriamente incliná-la. Ele retribuiu com uma mesura correta. Seu coração quedou-se imóvel, parecendo ter deixado de pulsar. Somente mais tarde, quando tudo terminara, pôs-se a martelar, e foi então que Hans Castorp percebeu que Joachim. tinha os olhos discretamente cravados no prato. Ao mesmo tempo observou que a Sra. Stõhr dava uma cotovelada no Dr. Blumenkohl e, com um risinho afogado, procurava olhares cúmplices em toda parte, na sua própria mesa tanto como nas demais...

Relatamos um acontecimento cotidiano, mas o cotidiano torna-se estranho quando se desenvolve em terreno estranho.

....

A Montanha Mágica, Thomas Mann

sábado, 11 de julho de 2009

Avant-propos



Este blog nasceu de um pedido especial. Do desafio de me mostrar sem cascas, sem disfarces. Mostrar a essência de uma alma submissa. A essência, como seria de se esperar, uma vez retiradas todas as cascas, os véus, os "ternos de vidro" de Drummond, vai muito além das fantasias de dominação/submissão. De cenas, de desejos. E é lá que pretendo chegar.


Nessa jornada conto com o apoio dos grandes conhecedores da alma humana, os poetas, os escritores, os artistas, trilhando caminhos incomuns até revelar a profunda nobreza da submissão.

E não há forma melhor de começar, do que beber na inspiração daquele que foi o maior conhecedor da alma humana, William Shakespeare, em seu belo e revelador Soneto 57:

Being your slave what should I do but tend,
Upon the hours, and times of your desire?
I have no precious time at all to spend;
Nor services to do, till you require.

Nor dare I chide the world-without-end hour,
Whilst I, my sovereign, watch the clock for you,
Nor think the bitterness of absence sour,
When you have bid your servant once adieu;

Nor dare I question with my jealous thought
Where you may be, or your affairs suppose,
But, like a sad slave, stay and think of nought
Save, where you are, how happy you make those.

So true a fool is love, that in your will,
Though you do anything, he thinks no ill.

Minha tradução livre:

Como Seu escravo, o que fazer a não ser
cuidar das horas e do tempo do Seu desejo
Não tenho tempo a passar
Nem serviços a fazer, até que você os exiga

Não renego a hora interminável
onde, minha soberana, vigio o relógio, por Si
Nem penso na tristeza da Sua ausência
Quando a Sra dispensa seu servo
Não ouso perguntar, com pensamentos enciumados
Onde a Sra possa estar, ou o que faz
Mas sim como um triste escravo, ficar quieto e não pensar em nada
A não ser que, onde a Sra estiver, quão felizes estarão todos

Pois o amor é tão louco que, na Sua vontade
o que quer que a Sra faça, jamais verá o mal