sábado, 11 de julho de 2009

Avant-propos



Este blog nasceu de um pedido especial. Do desafio de me mostrar sem cascas, sem disfarces. Mostrar a essência de uma alma submissa. A essência, como seria de se esperar, uma vez retiradas todas as cascas, os véus, os "ternos de vidro" de Drummond, vai muito além das fantasias de dominação/submissão. De cenas, de desejos. E é lá que pretendo chegar.


Nessa jornada conto com o apoio dos grandes conhecedores da alma humana, os poetas, os escritores, os artistas, trilhando caminhos incomuns até revelar a profunda nobreza da submissão.

E não há forma melhor de começar, do que beber na inspiração daquele que foi o maior conhecedor da alma humana, William Shakespeare, em seu belo e revelador Soneto 57:

Being your slave what should I do but tend,
Upon the hours, and times of your desire?
I have no precious time at all to spend;
Nor services to do, till you require.

Nor dare I chide the world-without-end hour,
Whilst I, my sovereign, watch the clock for you,
Nor think the bitterness of absence sour,
When you have bid your servant once adieu;

Nor dare I question with my jealous thought
Where you may be, or your affairs suppose,
But, like a sad slave, stay and think of nought
Save, where you are, how happy you make those.

So true a fool is love, that in your will,
Though you do anything, he thinks no ill.

Minha tradução livre:

Como Seu escravo, o que fazer a não ser
cuidar das horas e do tempo do Seu desejo
Não tenho tempo a passar
Nem serviços a fazer, até que você os exiga

Não renego a hora interminável
onde, minha soberana, vigio o relógio, por Si
Nem penso na tristeza da Sua ausência
Quando a Sra dispensa seu servo
Não ouso perguntar, com pensamentos enciumados
Onde a Sra possa estar, ou o que faz
Mas sim como um triste escravo, ficar quieto e não pensar em nada
A não ser que, onde a Sra estiver, quão felizes estarão todos

Pois o amor é tão louco que, na Sua vontade
o que quer que a Sra faça, jamais verá o mal

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