tag:blogger.com,1999:blog-67041401740247703932024-03-18T21:29:07.429-07:00Sem as cascasmarcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.comBlogger13125truetag:blogger.com,1999:blog-6704140174024770393.post-85418357758049680722011-08-22T14:45:00.000-07:002011-08-22T14:58:43.345-07:00O ideal grego de serenidadeEdle Einfalt und stille Größe.
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<br />Simplicidade nobre e grandeza tranqüila.
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<br />Assim definiu o acadêmico alemão Johann Winckelmann (1717-1768) a principal característica das esculturas da Grécia antiga. Ele tinha em mente especificamente a escultura Laocoonte. A estátua representa Laocoonte, um sacerdote de Apolo, e seus dois filhos, Antiphantes e Thymbraeus, sendo estrangulados por duas serpentes marinhas, num episódio da Guerra de Tróia relatado na Ilíada de Homero e na Eneida de Virgílio.
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<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj_HMaymYtIx3GXsV-rZ4ZkchlGr0CoWP2PHnhXPzJ_5mWR44AoODYfHXEFh_qGvAaYTYKOxlZxaY8vg8udoDvK8p-6hd7VBxommSJySqVAOen32m8-AXRS34nErEPEpF1a3NDQRC8VB6X/s1600/600px-Laoco%25C3%25B6n_and_His_Sons.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj_HMaymYtIx3GXsV-rZ4ZkchlGr0CoWP2PHnhXPzJ_5mWR44AoODYfHXEFh_qGvAaYTYKOxlZxaY8vg8udoDvK8p-6hd7VBxommSJySqVAOen32m8-AXRS34nErEPEpF1a3NDQRC8VB6X/s320/600px-Laoco%25C3%25B6n_and_His_Sons.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5643801218595222082" /></a>
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<br />Ainda segundo Winkelmann, não importava a dor que Laocoonte sentia, a sua expressão era de grandeza, de uma dignidade da alma. Assim como as profundezas do mar permanecem tranquilas mesmo quando a tempestade ruge na superfície, a expressão das figuras revelam uma alma digna e grande, não obstante a dor que o corpo possa estar padecendo.
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<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmRuvyOPheCXsNld4_7-19xyh-6thfM0hH9LNjhM53fdbIwPtdKDrYDtLHJOiJU_btqO2zur1Up8id1ny88o7Xvqc8tiXnI-a0u1E1z1Qo9B40VOMpmbE82VdaypibaaZa2mloxjdwNw99/s1600/Laocoon_Pio-Clementino_Inv1059-1064-1067_n6.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 288px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmRuvyOPheCXsNld4_7-19xyh-6thfM0hH9LNjhM53fdbIwPtdKDrYDtLHJOiJU_btqO2zur1Up8id1ny88o7Xvqc8tiXnI-a0u1E1z1Qo9B40VOMpmbE82VdaypibaaZa2mloxjdwNw99/s320/Laocoon_Pio-Clementino_Inv1059-1064-1067_n6.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5643802207583021618" /></a>
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<br />Picado pela cobra venenosa, Laocoonte sofre. A ação do veneno pode ser notada na musculatura retesada da sua perna, mas a postura mantém uma placidez diante da dor, que não deve jamais ser tomada por indiferença mas por grandeza.
<br />
<br />É com essa nobreza e grandeza que na minha opinião um escravo deve suportar a dor que lhe é imposta pela Domme. Sentindo seu peso, mas com a placidez de quem sabe, no fundo de sua alma submissa, que a Vontade da Dona é suprema, e que ao se submeter a Ela está cumprindo com dignidade seu destino.
<br />marcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6704140174024770393.post-43297028371039839122010-08-23T14:48:00.000-07:002010-08-23T15:18:24.403-07:00Rituais Vitorianos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizj15JYq-CIT-jAAHB4BjcCJu38APx_8NkIdnSrIjp2DTjIuLRdeL9c0GSke8RFojKz5_Ezt1jutORaDnDXS124JxkAVjqnMVEcch4jLw5Eyoqa4YSy4j8P1hvg7j7CSIhah1EmfWgGUEX/s1600/Wax+seal+project.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizj15JYq-CIT-jAAHB4BjcCJu38APx_8NkIdnSrIjp2DTjIuLRdeL9c0GSke8RFojKz5_Ezt1jutORaDnDXS124JxkAVjqnMVEcch4jLw5Eyoqa4YSy4j8P1hvg7j7CSIhah1EmfWgGUEX/s320/Wax+seal+project.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5508731222664300098" /></a>Tendo molhado a pena pela última vez no pote de tinta violeta, o escravo termina de caligrafar o envelope com um treinado arabesco. Confere novamente um a um os envelopes com a lista de convidados ditada por sua Dona, cuidando para que todos contenham o convite. Acende o lacre de cera, e cuidadosamente deixa os pingos caírem sobre a aba do envelope, estampando então a cera ainda derretida com o sinete com o monograma da Dona.<br /><br />São os convites para uma pequena reunião íntima, um chá vespertino, que Ela está organizando.<br /><br />Contempla orgulhoso, um por um, os envelopes cuidadosamente caligrafados e lacrados, e suspira, feliz por pertencer a uma Dona que valoriza esses pequenos rituais vitorianos, resquícios de elegância esquecidos na correria da vida moderna.<br /><br />Observa o cuidadoso traçado dos nomes, e não deixa de se impressionar com o resultado. As noites de treino, após os afazeres domésticos, valeram a pena. Jamais poderia imaginar que ele, que se julgava tão desajeitado, iria conseguir um resultado tão bonito. Mais do que o orgulho, estava agradecido por sua Dona, que aos poucos ia moldando suas habilidades aos interesses Dela.<br /><br />Partes da sua vida antiga agora estavam tão distantes que lhe pareciam quase irreais. O futebol com os amigos, as trilhas de jipe, as happy hours no fim da tarde, tudo isso foi sendo aos poucos deixado de lado, em prol de coisas mais proveitosas para sua Dona. Foi uma transição suave, ele agora percebe. Jamais Ela impôs que deixasse de fazer o que queria, jamais lhe deu um ultimato. Não, foi muito mais sutil e pior que isso. Ela o fez se desinteressar por essas coisas, a ponto de ele <em>querer </em>abandoná-las. E ele deixou-se manipular, pouco a pouco abrindo mão, sem notar, das coisas que eram tão suas. <br /><br />Habilmente Ela utilizou seu instinto de servir para operar essa transformação, sua insaciável curiosidade intelectual fui usada contra ele mesmo. Desejou aprender tudo sobre as coisas do mundo Dela, e a caligrafia era apenas o mais recente desses feitos. Outras habilidades já haviam sido conquistadas, a culinária e a massagem foram logo as primeiras, e outras viriam. Sua Dona já havia dito que queria que ele aprendesse sobre chás... quais os mais adequados para as diversas horas do dia, e Ela lhe deixaria usar a internet por algumas horas para essas pesquisas.<br /><br />Mas não seria amanhã. O sábado seria dedicado a entregar esses convites nas portarias das convidadas. E teria que ir de ônibus e metrô... o orçamento que Ela lhe deixava, após recolher o seu salário, não dava para o luxo de um taxi.<br /><br />Com essa lembrança, guardou os envelopes e foi dormir no colchão duro do quarto de empregada, pois teria que acordar cedo. Seria um sábado longo pois essas entregas não poderiam atrasar o expediente da casa.marcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6704140174024770393.post-75532504758644157472010-03-01T13:29:00.001-08:002010-03-01T13:53:14.725-08:00Livraria<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7xZ2I9PrFRIt9lJj7NnBHeu4bAFkhxIM2ltC4nrle8sgYpLzcZXZK2bFktBawgisZ36bUbdqWKXWAfMm_qC7B2zlirv0Kmqs5P6Sb63SOLr1XzbawBzFxstD2P1fqE9CypWbJVl2rfXWA/s1600-h/3078336009_4bf9db8cb6.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7xZ2I9PrFRIt9lJj7NnBHeu4bAFkhxIM2ltC4nrle8sgYpLzcZXZK2bFktBawgisZ36bUbdqWKXWAfMm_qC7B2zlirv0Kmqs5P6Sb63SOLr1XzbawBzFxstD2P1fqE9CypWbJVl2rfXWA/s320/3078336009_4bf9db8cb6.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5443784681585921186" /></a><br />Uma chuvosa tarde de domingo. A primeira tarde chuvosa, bem vinda, depois de uma seqüência interminável de dias insuportavelmente quentes. Estava no shopping mais charmoso, do bairro mais charmoso desta charmosa cidade do Rio de Janeiro.<br /><br />E ainda por cima, estava na livraria da Travessa. Percorria as mesas e estantes, buscando novidades. Nas mãos algumas compras já escolhidas, como o CD da violinista Midori com a segunda sonata para violino solo de Bach.<br /><br />Numa virada repentina meu olhar se prendeu no vulto que entrava na loja. Um linda Mulher, cabelos lisos, louros, bela e madura. Paro para olhar melhor, ela sai detrás de uma mesa e a vejo no alto de saltos altíssimos, longas pernas que um short preto expunha. Uma camisa branca, de griffe, T. Hilfiger, marcava suas formas, certamente fruto de longas horas na academia.<br /><br />Me perdi, imensamente perturbado segui aquela Deusa pela livraria. Por um instante ficamos lado a lado percorrendo os livros, ela parecia ter notado o feitiço que exercia sobre mim, e se divertia. <br /><br />Me perdi em cada detalhe, seu cordão, suas pulseiras, seus saltos. Notei um outro homem tão perturbado quanto eu.<br /><br />E como veio ela desapareceu, numa virada do fluxo que enchia a livraria. Não me restou nada, a não ser a doce lembrança, à qual me entrego ao escrever esse post, talvez na velada esperança que ela possa um dia ler essas linhas.<br /><br />E a ela, fugidia deusa de uma tarde chuvosa, dedico o poema abaixo, de Baudelaire, que tão bem retrata nosso "encontro";<br /><br />A uma passante<br /><br />A rua ensurdecedora ao redor de mim agoniza. <br />Longa, delgada, em grande luto, dor majestosa,<br />Uma mulher passa, de uma mão faustosa,<br />Soerguendo-se, balançando o festão e a bainha;<br /><br /><br />Ágil e nobre, com sua perna de estátua.<br />Eu, embevecido, inquieto como um extravagante, bebia<br />Em seus olhos, o céu lívido onde se oculta o furacão,<br />A doçura que fascina e o prazer que destrói.<br /><br /><br />Um clarão... depois a noite! - Beleza fugidia<br />Cujo olhar me faz subitamente renascer,<br />Não te verei senão na eternidade? <br /><br />Alhures; bem longe daqui! Muito tarde! Jamais talvez!<br />Pois ignoro onde tu foste, tu não sabes onde vou,<br />Ah se eu a amasse, ah se eu a conhecesse!<br /><br /><br />Charles Baudelaire, 1821-1867, Les Fleurs du malmarcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6704140174024770393.post-14341396968694580512009-08-26T06:53:00.000-07:002009-08-26T07:00:16.235-07:00Tom Peters: Porque as Mulheres comandam:<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic8oa3eiStJrzdxARH7RVK47jRWnMFqKZviuDQqnuk_Kt4zDS-SIEolj52SNk4-fnxJ_WTga2DZBg97-6EQ83kyAGlMTdwaJvONYL4FBLMkEQrZhqpokW1Ut661bxmAMxYHb5OGSe1sQut/s1600-h/imagem.bmp"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic8oa3eiStJrzdxARH7RVK47jRWnMFqKZviuDQqnuk_Kt4zDS-SIEolj52SNk4-fnxJ_WTga2DZBg97-6EQ83kyAGlMTdwaJvONYL4FBLMkEQrZhqpokW1Ut661bxmAMxYHb5OGSe1sQut/s320/imagem.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5374271791555389810" /></a><br /><strong>10 UNASSAILABLE REASONS WOMEN RULE</strong><br /><br />Women make [all] the financial decisions. Women control [all] the wealth.<br />Women [substantially] outlive men.<br />Women start most of the new businesses.<br />Women’s work force participation rates have soared worldwide.<br />Women are closing in on “same pay for same job.”<br />Women are penetrating senior ranks rapidly [even if the pace is slow for the corner office per se].<br />Women’s leadership strengths are exceptionally well aligned with new organizational effectiveness imperatives.<br />Women are better salespersons than men.<br />Women buy [almost] everything—commercial as well as consumer goods.<br /><br /><em>So what exactly is the point of men?</em><br /><br />Tom Peters - Guru de negócios e estratégiamarcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6704140174024770393.post-33849091602972068192009-08-25T04:08:00.000-07:002009-08-25T04:11:21.318-07:00Olhar...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFzAnfNH2dzY_D40CudBzhHnZ0DMsBkWg-x5JjS9XaOvHPO3AdOSec2cpJ8E9i44h6y0-Hd2iTZ5z42bGGdVgDC1FB3ZaNb_zqIb7bApYQMzyCm2tfQ-JYZoKtLzuIjRZxsOLLJ9xB6uaY/s1600-h/green_eyes.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 227px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFzAnfNH2dzY_D40CudBzhHnZ0DMsBkWg-x5JjS9XaOvHPO3AdOSec2cpJ8E9i44h6y0-Hd2iTZ5z42bGGdVgDC1FB3ZaNb_zqIb7bApYQMzyCm2tfQ-JYZoKtLzuIjRZxsOLLJ9xB6uaY/s320/green_eyes.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5373857358289086194" /></a><br /><br />No olhar, céu lívido onde aflora a ventania.<br />a doçura que envolve e o prazer que assassina<br /><br />Baudelaire, As Flores do Malmarcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6704140174024770393.post-62693101023477144112009-08-04T18:46:00.000-07:002009-08-04T18:48:11.458-07:00ServirDe um conhecido consultor de empresas:<br /><br />Excelência que vem do servir genuíno<br />Respeitoso, honesto, autêntico<br />Que faz o melhor de si emergir<br /><br />Excelência por alta sensibilidade<br />Que nos faz perceber<br />Até o desejo não-expresso<br />Ouvir o não-dito<br />Ler nas entrelinhas,<br />Enxergar o invisível<br /><br />Excelência que só um servir<br />De espírito para espírito<br />É capaz de realizar<br /><br />(http://www.amana-key.com.br/)marcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6704140174024770393.post-63232047785121257232009-07-30T16:36:00.000-07:002009-07-30T17:00:41.135-07:00Uma experiência desconhecida<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5AbljYAPEX_dj8q3TiIC2USnuyXoiy1wnChbEAwwu58PO_iX8TgH89ZA47J42qkghqRK1Focory-uDNq4USZas76sv1ApbCN3NIUqTOb_prLlfPj8P6dIiOLzI6G2FIjwybLl4dd31R5-/s1600-h/CB100367.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5AbljYAPEX_dj8q3TiIC2USnuyXoiy1wnChbEAwwu58PO_iX8TgH89ZA47J42qkghqRK1Focory-uDNq4USZas76sv1ApbCN3NIUqTOb_prLlfPj8P6dIiOLzI6G2FIjwybLl4dd31R5-/s320/CB100367.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364405720766400066" /></a><br /><br />A maior dificuldade em começar esse post é descobrir como escrever a próxima frase sem parecer pedante. Mas vamos lá, quem me vê logo me classifica como alguém de um bom nível. Do tipo que entra nas lojas e as vendedoras fazem questão de tratar bem, pois percebem que pode rolar uma boa compra.<br /><br />Enfim, uma bela tarde, não faz muito tempo, uma amiga Domme aqui do Rio me ligou. Tinha uma tarefa para mim. Ela tinha encomendado um sapato de salto agulha numa boutique em Ipanema, que tinha chegado. Ela havia dito na loja que mandaria um empregado pegar. E o “empregado” era eu.<br /><br />Nome da gerente anotado, parto eu para a loja. Entro, pergunto pelo nome e ela se identifica. “Vim pegar o sapato da Dona XX”, disse, ao que ela me manda esperar.<br /><br />Volta com a caixa, arruma o embrulho sem me olhar, e me entrega, com um seco “pronto”. Nada de frescuras, nada de levar até a porta, nada de oferecer balinha, nenhum dos agrados habitualmente dispensados aos clientes. Eu era apenas um empregado da Dona XX.<br /><br />Foi perturbador, nunca poderia imaginar isso. As gentis vendedoras do comércio mais elegante da cidade me mostraram sua arrogância e desprezo. E eu senti na pele minha condição de submisso, mesmo estando longe da Dominadora que havia me posto naquela situação.<br /><br />E essa foi a parte gostosa. Mesmo de longe, estava sendo dominado, e de certa forma tendo minha condição de servo inferior reforçada. Pior, saberia que não A veria, pois minhas ordens eram para deixar a sacola, na portaria do Seu prédio.<br /><br />Foi uma experiência nova, estranha mas interessante. Acho que qualquer dia desses vou comprar um uniforme de motorista.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4zJR_yY3ICFXr23u2aPQjqVBGgIiiBsqWWV0Aru6ziOZ_7-oEsTlsj_FIamEam7S4WwJOkHlnKAFeLfmMyqOXPmYIqh2bvB8X977DRkcCnesQNzPSPFoyrhCa8jMWdh44tgxhJRdzWXya/s1600-h/SIP2010257_P.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4zJR_yY3ICFXr23u2aPQjqVBGgIiiBsqWWV0Aru6ziOZ_7-oEsTlsj_FIamEam7S4WwJOkHlnKAFeLfmMyqOXPmYIqh2bvB8X977DRkcCnesQNzPSPFoyrhCa8jMWdh44tgxhJRdzWXya/s320/SIP2010257_P.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364407207351381218" /></a>marcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6704140174024770393.post-24264694505348666532009-07-24T16:38:00.001-07:002009-07-24T16:44:46.768-07:00Cadeia alimentar<div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzTPzdYWQ-2w725Kl1BDZdGCQsSnQ8BVm6s1SYECtVAlirClgUk3oBLepGlHTo9eAfItdvfn-D2aS6yMFo5pOfpElZqFTKt7mcdu5UasZ8i-1Up3kfneKHggjqy-jpKemhklW9cpocThuL/s1600-h/my+wife.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5362175657070809314" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 248px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzTPzdYWQ-2w725Kl1BDZdGCQsSnQ8BVm6s1SYECtVAlirClgUk3oBLepGlHTo9eAfItdvfn-D2aS6yMFo5pOfpElZqFTKt7mcdu5UasZ8i-1Up3kfneKHggjqy-jpKemhklW9cpocThuL/s400/my+wife.jpg" border="0" /></a> Já fui corno. Foi duro, admito. Não estava preparado para isso. Mas o pior foi a constatação que a experiência que vivia me dava tesão. Fiquei perplexo, assustado. Acabou que em alguns meses a situação levou ao fim do relacionamento, não por causa do fato, mas por causa da mentira.<br /><br />Foi um aprendizado difícil, mas a lição ficou. Mentiras, quebra de confiança, destroem um relacionamento. Não a “pulada de cerca” dela.<br /><br />Transportando a situação para um relacionamento D/s, acho natural o fato da Dominadora ter necessidades que estão além da capacidade do escravo satisfazer. É da natureza desigual da relação. Os desejos de um verdadeiro escravo são simples e diretos: satisfazer sua Dona, servir e manter-Ela feliz. Já os desejos de uma Dominadora são infinitamente mais sutis e complexos. Podem envolver a necessidade de um eventual parceiro com mais “atitude” que um sub dócil. Eventualmente, Ela pode usar isso como instrumento de dominação e humilhação do escravo.<br /><br />Acredito que no fundo todo submisso goste disso. Saber que sua mulher é quente, desejada por outros, liberada e segura de si a ponto de viver a experiência, ao menos para mim é uma deliciosa mistura de Dominação e humilhação, trazendo no bojo o orgulho de pertencer a uma Mulher tão especial.<br /><br />No limite a Domme, tão rigorosa e dura com o escravo, pode se entregar como switcher a um Dominador. Por paradoxal que isso possa parecer, não vejo em nada Seu poder e Sua superioridade sobre o escravo diminuírem por causa disso. O escravo sempre A verá como superior, e esses momentos de entrega são meros caprichos de uma Alma livre.<br /></div><br /><div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_MNGydI0dLEjzSeqghrx8O8rIIAP4sUC83imqLfuS_pD-X2NKc1NarLaqStKkdX8otjk9Z98QWUxUjFHxOlbzseZ6zYKeyV_bRGJnXgSAcqGNFpPylIXZVz_ogI8jqRtIFksJgIOIpuio/s1600-h/left_a_message.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5362176732044044386" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 226px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_MNGydI0dLEjzSeqghrx8O8rIIAP4sUC83imqLfuS_pD-X2NKc1NarLaqStKkdX8otjk9Z98QWUxUjFHxOlbzseZ6zYKeyV_bRGJnXgSAcqGNFpPylIXZVz_ogI8jqRtIFksJgIOIpuio/s320/left_a_message.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_C0KQVbTApezqzmYWGA4SKW5DsHsOajVwJN_YY-TvgzPKCt1FKFpJ7HbuUlz0evqQNHwBXW0BbXYpXwED0aMsSCsnrVSIJAAYch2Gu1gbB_Cvn5gil2SX-54Dep9kHTmUjDpNhXhR1cZ_/s1600-h/left_a_message.jpg"></a><br /><div></div><br /><br /><div></div></div></div>marcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6704140174024770393.post-23935385220138869522009-07-20T20:12:00.000-07:002009-07-20T20:22:04.580-07:00O irresistível equilíbrio<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikFMONFgahEyk-jDAUURPDwEspWVRnyxWpmpJfG25qLOxzFKOSwjvDzb15XWq8MIPDF6ccGEU94m69TUsCW-Y92Xu_QzY1_FOW_lPTngo7WsNhOvfQ-71lvHUW_hMQ67mtTjmxE9lVBL9G/s1600-h/balance3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5360748452488878242" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 206px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikFMONFgahEyk-jDAUURPDwEspWVRnyxWpmpJfG25qLOxzFKOSwjvDzb15XWq8MIPDF6ccGEU94m69TUsCW-Y92Xu_QzY1_FOW_lPTngo7WsNhOvfQ-71lvHUW_hMQ67mtTjmxE9lVBL9G/s320/balance3.jpg" border="0" /></a><br /><div>O ano era 1997, a cidade, New York. Estava eu passando uma fria e ensolarada semana de maio, provando a irresistível sensação de completa liberdade. Caminhava num fim de tarde pelas ruas varridas pelo vento frio de uma primavera que mal tinha começado, o coração acelerado, a alma leve. Estava voltado de uma das sessões mais incríveis de dominação que já fui.<br /><br />Tinha escolhido com quem faria a sessão ainda no Brasil. Seu nome era Diana Balance, uma ruiva com uma enorme cabeleira, um rosto enigmático, olhos de um azul tão claro que beiravam o cinza. Nas costas, uma enorme tatuagem de um ganso. “<em>Geese are mean</em>” explicou com sua voz doce e tranqüila.<br /><br />Pedi uma sessão com <em>canes</em>, ela me olhou desconfiada – você agüenta? Diante da minha insegurança ela sentenciou, ok, mas serão apenas sete golpes. Moleza pensei.<br /><br />Ela escolheu uma <em>cane</em> de fibra. Amarrrado num cavalo, senti o primeiro golpe. Nunca tinha sentido algo tão intenso, uma dor tão forte. Percebi que não estava no controle da situação, que estava nas mãos daquela mulher tranqüila e estranha. De repente sete pareceu ser um número enorme. Segurei firme, não poderia desistir, e fui até o final da minha privação.<br /><br />O resto da sessão transcorreu como num transe. Descobri que o <em>Balance</em> em seu nome vinha de sua especialidade: O equilíbrio entre dor e carinho. É uma combinação poderosa, que destrói as resistências mais fortes.<br /><br />Ao final da sessão conversamos um bocado, eu era seu primeiro cliente brasileiro. Me explicou como as marcas ficariam, como mudariam de cor. Ao longo daquela semana eu acompahnei no espelho do hotel essa evolução, até que, poucos dias depois, eu voltei lá para mais.<br /><br />“<em>You’re back</em>”, foi como ela me recebeu, divertida. Sim, voltei e queria ir mais fundo. Estava capturado por uma Mestra na arte de combinar dor e carinho.</div>marcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6704140174024770393.post-54812389576389915842009-07-20T16:51:00.000-07:002009-07-20T17:03:29.873-07:00Por que os homens amam as mulheres poderosas?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEileXhrhj9fPp7xvVvdD7EUDjMlArt8tuXDFD4V7PyFjPQOATuF1PlPypX0tHqKptQeh14F1RKcX_x-nfo71QAWCmd5zJqdEqPJgJf2lB7vCFFz-3SwuwT5CQOGzBPJ0-2zHmwxAKbJaiKv/s1600-h/Por%2520que%2520h%2520amam%2520mulheres%2520poderosas_120.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5360694417209414546" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 120px; CURSOR: hand; HEIGHT: 180px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEileXhrhj9fPp7xvVvdD7EUDjMlArt8tuXDFD4V7PyFjPQOATuF1PlPypX0tHqKptQeh14F1RKcX_x-nfo71QAWCmd5zJqdEqPJgJf2lB7vCFFz-3SwuwT5CQOGzBPJ0-2zHmwxAKbJaiKv/s320/Por%2520que%2520h%2520amam%2520mulheres%2520poderosas_120.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><p>Esse é o interessante título de um livro escrito por Sherry Argov e recentemente publicado pela Editora Sextante.<br /><br />Evidentemente a capa chamou minha atenção quando vi o anúncio publicado no caderno de literatura de algum dos jornais que assino. Assim que pude passei na Livraria da Travessa e comprei.<br /><br />Bem, confesso que fiquei decepcionado, se bem que já deveria esperar. O livro na verdade é apenas um manual de auto-ajuda para mulheres inseguras. Claro, tem algumas sacadas interessantes, mas no todo é fraco.<br /><br />Uma das boas tiradas: "O poder simbólico é para demonstração pública, mas o verdadeiro poder se exerce no âmbito particular. E esse é o único que importa."<br /><br />Mas no geral me senti folheando uma daquelas revistas para adolescentes com conselhos para meninas que ficam deitadas do lado do telefone esperando o pretendente ligar.</p>marcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6704140174024770393.post-15377276145220610572009-07-15T07:40:00.000-07:002009-07-15T18:26:03.561-07:00O Amor Cortês<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYj_3x8dHPECVmwKNrUxzVatQKMh_2_WW8CmuDfAUrxkD9TmMj78vUvdLaLkkaixXtWF3NRNZfKo3AWj3QyVipDTMM-XfTE3_5GtYGQNskNtsnE04Wz0_23zjmHZj2v4mkNS5EgqsKZMrs/s1600-h/courtois.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5358697263136955266" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 286px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYj_3x8dHPECVmwKNrUxzVatQKMh_2_WW8CmuDfAUrxkD9TmMj78vUvdLaLkkaixXtWF3NRNZfKo3AWj3QyVipDTMM-XfTE3_5GtYGQNskNtsnE04Wz0_23zjmHZj2v4mkNS5EgqsKZMrs/s400/courtois.jpg" border="0" /></a><span style="font-size:78%;"> Pintura vitoriana de 1900, mostrando a dama e ocavaleiro, antes do torneio </span></div><div align="justify"><br /></div><p align="justify">Continuando nossa viagem sobre os fundamentos da submissão, não poderia deixar de passar pelo amor cortês.<br /><br />O amor cortês é um conceito da idade média baseado na expressão do amor e admiração com nobreza e cavalheirismo. Acredita-se que o amor cortês tenha se originado na França no século 12, na corte de Eleonor de Aquitânia. O conceito espalhou-se rapidamente por toda a Europa, sendo praticado até o século XVI.<br /><br />Naquela época os casamentos entre os nobres eram arranjados, sem nenhum vínculo com o amor. Um bom casamento era aquele que traria benefícios aos participantes e suas famílias. Uma vez que casamento e amor eram dissociados, a necessidade por romance poderia ser satisfeita fora do casamento, observando-se as regras de castidade e fidelidade.<br /><br />O romance, as regras e a arte do amor cortês permitiam aos cavaleiros e damas demonstrarem sua afeição mesmo diante de sua condição de casados. Assim, era comum uma Dama casada dar ao cavaleiro de sua escolha um presente, um lenço perfumado por exemplo, para que ele usasse durante um torneio medieval.<br /><br />Um dos exemplos mais famosos é o da Rainha Guinnevere, esposa do Rei Artur, e seu cavaleiro, Sir Lancelot.<br /><br />O primeiro estudioso do assunto foi o historiador francês Gastón Paris, que escreveu a respeito no ano de 1883. Segundo ele, o amor cortês (<em>amour courtois</em>) era uma disciplina nobre e idealizadora. O amante aceita a independência de sua senhora e tenta tornar-se merecedor dela, agindo de forma corajosa e honrada, e fazendo qualquer coisa que ela pudesse desejar. A satisfação sexual poderia não ser o objetivo ou o resultado final, mas não era um amor puramente platônico, pois havia um forte ingrediente de atração física.<br /><br />A expressão e a definição de Paris foram logo amplamente aceitas e adotadas. Em 1936 C.S. Lewis escreveu o importante livro <em>The Allegory of Love</em>, um influente trabalho acadêmico de pesquisa da literatura medieval, onde solidifica ainda mais o amor cortês como "amor de um tipo altamente especializado, cujas características podem ser enumeradas como Humildade, Cortesia, Adultério e a Religião do Amor.”<br /><br />No final do século XII Andreas Capellanos escreveu “A arte do Amor Cortês”, onde enumerou 31 regras do amor cortês. Destacando algumas mais diretamente relacionadas com o assunto deste blog:<br /><br />- Um homem apaixonado está sempre apreensivo<br />- Ciúmes verdadeiros sempre aumentam o sentimento de amor<br />- Ciúmes, e portanto o amor, crescem quando se suspeita da amada<br />- Todo ação de um amante termina com o pensamento em sua amada<br />- Um verdadeiro amante só considera bom aquilo que ele acredita que irá agradar sua amada<br />- Um verdadeiro amante é constantemente e continuamente possuído pelo pensamento em sua amada<br /><br />Apesar de tão distante nos tempos, o conceito de Amor Cortês permanece vivo na alma dos amantes mais refinados. Como disse nosso grande poeta Vinicius de Moraes,<br /><br />“Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for.”</p>marcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6704140174024770393.post-7543470086747428292009-07-13T13:54:00.001-07:002009-07-13T15:03:49.636-07:00Madame Chauchat<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEl_7qIVWPWqHzaIbZelohZ5hfALg39tAT1yj3OHT_jF9a599VTJzxw7aXIomzb5PdWDYwh2sfo4FKC1S9nGyBLqJ8kR-kjG9J6WaPf_e5Gv2OfMvHYoaN3RsvUUuatKW16Bwm78HP3_IP/s1600-h/zauberberg.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5358051182177439570" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEl_7qIVWPWqHzaIbZelohZ5hfALg39tAT1yj3OHT_jF9a599VTJzxw7aXIomzb5PdWDYwh2sfo4FKC1S9nGyBLqJ8kR-kjG9J6WaPf_e5Gv2OfMvHYoaN3RsvUUuatKW16Bwm78HP3_IP/s320/zauberberg.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><p>Ainda bebendo na fonte dos grandes escritores, dentre os meus prediletos está o alemão Thomas Mann. Sua obra prima, A Montanha Mágica é um volume denso e extenso, de uma beleza inigualável, reservada aos que se aventuram em suas páginas.<br /></p><p>A cena que transcrevo abaixo foi uma das que mais me marcaram em todo o livro. O protagonista, Hans Castorp, está enfeitiçado pela beleza da exótica russa Clavdia Chauchat. A delicadeza com que o autor descreve a adoração platônica de Castorp por ela é notável, e essa passagem é um exemplo.<br /><br />Afinal, o que é a verdadeira submissão senão cuidar do bem estar de quem se adora a cada instante, nos menores detalhes, mesmo que passem despercebidos por ela? Encontrei essa foto da capa do DVD alemão. Acho a atitude de ambos perfeita. Bem, vamos ao texto.<br /><br />...</p><p align="justify"><br />Outra vez, durante o jantar, os raios de um esplêndido pôr-do-sol caem sobre a mesa dos "russos distintos". Haviam corrido as cortinas das portas do avarandado e das janelas, mas em alguma parte sobrou uma fresta, através da qual um clarão vermelho, deslumbrante, apesar de frio, abre caminho e fere justamente a cabeça de Mme Chauchat de maneira que, na conversa com o compatriota de peito sumido à sua direita, ela tem de resguardar os olhos com a mão. É um incômodo, mas tão pouco grave que ninguém se preocupa. A própria interessada nem sequer parece reparar na pequena contrariedade. Mas Hans Castorp descobre-a através de toda a sala. Observa-a durante alguns instantes, examinando a situação, acompanhando o caminho dos raios, e fixando o ponto de onde incidem. É da janela ogival, lá atrás, à direita, no canto entre uma das portas do avarandado e a mesa dos "russos ordinários", muito distante do lugar de Mme Chauchat e quase igualmente afastado do de Hans Castorp. E ele toma as suas decisões. Sem proferir nenhuma palavra, levanta-se, passa, com o guardanapo na mão, diagonalmente, por entre as mesas, atravessa a sala, une cuidadosamente as cortinas creme, certifica-se, com um olhar por cima do ombro, de que o clarão vesperal já não pode mais entrar e que Mme Chauchat está livre daquele inconveniente e, esforçando-se por parecer indiferente, volta à sua mesa. Um jovem atencioso que faz o necessário, já que mais ninguém se lembra de fazê-lo. Muito poucos notaram a sua intervenção; Mme Chauchat, porém, sentiu-se imediatamente aliviada e virou-se em direção a ele, conservando essa posição até que Hans Castorp alcançou o seu lugar e, sentando-se, olhou para ela, que, com um sorriso entre amável e surpreendido, agradeceu, avançando um pouco a cabeça, sem propriamente incliná-la. Ele retribuiu com uma mesura correta. Seu coração quedou-se imóvel, parecendo ter deixado de pulsar. Somente mais tarde, quando tudo terminara, pôs-se a martelar, e foi então que Hans Castorp percebeu que Joachim. tinha os olhos discretamente cravados no prato. Ao mesmo tempo observou que a Sra. Stõhr dava uma cotovelada no Dr. Blumenkohl e, com um risinho afogado, procurava olhares cúmplices em toda parte, na sua própria mesa tanto como nas demais...<br /><br />Relatamos um acontecimento cotidiano, mas o cotidiano torna-se estranho quando se desenvolve em terreno estranho.</p><p>....</p><p>A Montanha Mágica, Thomas Mann</p>marcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6704140174024770393.post-86642187873059233522009-07-11T12:52:00.000-07:002009-07-11T13:30:30.627-07:00Avant-propos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbl0Vgf4WpKDgfQiXtjccjMhkzW2Etlr6k9lvPznxaohWvr2IIaWaaeZzbgspu-QIlQyUjNgZ67wa_2EtF3qNc-4G-9FdTUgJYuD0AKai-gGdwlnFBIFOtcMH6468Yupj9rE59NXHs7FZ_/s1600-h/Medieval3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5357298474426868418" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 286px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbl0Vgf4WpKDgfQiXtjccjMhkzW2Etlr6k9lvPznxaohWvr2IIaWaaeZzbgspu-QIlQyUjNgZ67wa_2EtF3qNc-4G-9FdTUgJYuD0AKai-gGdwlnFBIFOtcMH6468Yupj9rE59NXHs7FZ_/s320/Medieval3.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div>Este blog nasceu de um pedido especial. Do desafio de me mostrar sem cascas, sem disfarces. Mostrar a essência de uma alma submissa. A essência, como seria de se esperar, uma vez retiradas todas as cascas, os véus, os "ternos de vidro" de Drummond, vai muito além das fantasias de dominação/submissão. De cenas, de desejos. E é lá que pretendo chegar.<br /><br /><br />Nessa jornada conto com o apoio dos grandes conhecedores da alma humana, os poetas, os escritores, os artistas, trilhando caminhos incomuns até revelar a profunda nobreza da submissão.<br /><br /></div><div></div><div>E não há forma melhor de começar, do que beber na inspiração daquele que foi o maior conhecedor da alma humana, William Shakespeare, em seu belo e revelador Soneto 57:</div><div><br /></div><div>Being your slave what should I do but tend,</div><div>Upon the hours, and times of your desire?</div><div>I have no precious time at all to spend;</div><div>Nor services to do, till you require.<br /><br />Nor dare I chide the world-without-end hour,</div><div>Whilst I, my sovereign, watch the clock for you,</div><div>Nor think the bitterness of absence sour,</div><div>When you have bid your servant once adieu;<br /><br />Nor dare I question with my jealous thought</div><div>Where you may be, or your affairs suppose,</div><div>But, like a sad slave, stay and think of nought</div><div>Save, where you are, how happy you make those. </div><div><br />So true a fool is love, that in your will,<br />Though you do anything, he thinks no ill.<br /><br />Minha tradução livre:<br /><br />Como Seu escravo, o que fazer a não ser</div><div>cuidar das horas e do tempo do Seu desejo<br />Não tenho tempo a passar<br />Nem serviços a fazer, até que você os exiga<br /><br />Não renego a hora interminável<br />onde, minha soberana, vigio o relógio, por Si</div><div>Nem penso na tristeza da Sua ausência </div><div>Quando a Sra dispensa seu servo</div><div> </div><div>Não ouso perguntar, com pensamentos enciumados</div><div>Onde a Sra possa estar, ou o que faz</div><div>Mas sim como um triste escravo, ficar quieto e não pensar em nada</div><div>A não ser que, onde a Sra estiver, quão felizes estarão todos<br /><br />Pois o amor é tão louco que, na Sua vontade<br />o que quer que a Sra faça, jamais verá o mal</div>marcelohttp://www.blogger.com/profile/11703917240276424642noreply@blogger.com0